domingo, 23 de junho de 2013

Encontros & Desencontros.

Um dia eu parei para pensar, o que me encanta, o que me fascina? Descobri, talvez um pouco influenciada pela música e pelo ambiente em que estava – voltando para casa à noite, dentro da van, ouvindo Meu Reino, do Biquíni Cavadão –, que uma das coisas mais impressionantes da vida para mim são os encontros e desencontros. Quantas pessoas passam por mim na rua, quantas vidas vejo se cruzarem.
Das poucas vezes que viajei, andando pelas ruas, observei  as pessoas que passavam. É tão estranho saber que nunca mais vou ver nenhuma daquelas pessoas, ou boa parte delas. Ou então quando olho para o passado e vejo quantas pessoas magníficas conheci em eventos e festas e elas foram embora sem deixar rastros, sem deixar nomes. Como essas pessoas poderiam ter modificado minha vida, ou apenas acrescentado dias melhores, horas de conversas jogadas fora. Ou até aquelas que permaneceram por algum período, curto ou longo, e pensei serem para a vida toda, e se foram também. Mas vai muito além... Quantas pessoas gostam das mesmas coisas que eu, fazem as mesmas coisas que eu e estão há centenas de milhares de quilômetros de onde estou, falando uma língua completamente diferente, com uma cultura completamente diferente da minha. Quantas personalidades, rostos, gostos, risos, quantas vidas passam por mim todos os dias sem eu notar, quantos mundos desconhecidos eu vejo no meu dia a dia. Ou pior, quantos eu deixo de ver. Quantos lugares maravilhosos eu sempre sonhei em visitar e que nunca chegarei perto e que outros olhos vêem todos os dias. Prédios, árvores, rios e mares que mãos que nunca vou conhecer tocam todos os dias esses mesmo prédios, árvores rios e mares que eu imagino. E o contrário. Quantos olhos sonham em ver o que eu vejo com tanta freqüência? A Baía de Guanabara, a praia de Ipanema, as ruas de Copacabana, ou até mesmo a praça da igreja católica que tem perto da minha casa, a Av. Brasil, até a barraquinha de hambúrguer da minha esquina e locadora de DVDs piratas da rua do lado. Anseio ver, tocar, conhecer lugares e pessoas inimagináveis até pra mim. Como deve ser o mercadinho de um bairro suburbano do México? O biscoito recheado de lá tem o mesmo sabor? Como deve ser conviver com aquele garoto, aquele gringo que vi num show que fui há uns anos atrás? E aquela garota que me atendeu em uma loja na Galeria do Rock, será que ela está bem? Será que um dia seríamos amigas se conversássemos mais?
Será que alguém no mundo também se pergunta essas coisas? Gostaria de saber se essa pessoa que não me conhece, nunca me viu ou ouviu, caso exista, também sente falta de mim. Como eu dela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário